O Moinho

No mandrião da tarde o velho moinho movia-se lentamente
Os anos haviam lhe ensinado a não ter pressa
E a esperar pelos ventos que sempre votariam a soprar
E movê-lo novamente

O tempo também havia ensinado ao antigo moinho
Não se entediar de sua tarefa
Certas coisas vivem para um determinado propósito
E apenas para ele

Vendo dia após dia o sol se pôr no horizonte
O moinho de madeira percebeu
Que havia coisas das quais jamais deixaria de admirá-las
Por mais que as observasse todos os dias
Elas sempre pareciam diferentes

E aquela seria apenas mais uma tarde sonolenta
Em que a vida seguiu seu curso normal,
Os ventos sopraram, as moendas giraram,
Os grãos tornaram-se farinha.

E tudo fez sentido.

____________________________________________________
Tem sido tão difícil elaborar um texto últimamente, pois eu tenho refletido além do normal antes de fazê-los. E acreditem, isso leva bastante tempo. É difícil explicar o porquê desse texto, mas de certa forma ele se auto-explica e pra mim significa muito. Obrigado por todos os comentários encorajadores na postagem anterior, fico realmente agradecido pelas palavras de conforto.
Compartilhar:

Os Ventos


Quero me desculpar com todos aqueles que apreciam meu trabalho e depositam suas críticas e elogios nele. Peço desculpas pelo atrazo nas postagem, porém algo do qual jamais esquecerei me aconteu à alguns dias, e ainda estou me recuperando aos poucos. E desde então não havia tido coragem nem para escrever, não tinha cabeça. No entanto aqui estou novamente, tentando seguir com minha vida, postando algo completamente diferente do usual, um poema intimista, diferente do que estou acostumado. Um pouco complexo para mim. Bom é isso, e ele retrata tudo o que tenho a dizer. Por hora.
___________________________________________________________

O vento dos dias sopra e leva com ele tudo o que nos resta
Desejos, inspirações, lampejos
Sobra apenas a memória e a saudade
Sobra apenas o que ele não pode levar ainda,
Nós mesmos.

E aí o trem saí dos trilhos e a linha do carretel
Você nada contra a corrente, sobe a ladeira
Procurando de alguma forma se agarrar a algo
Algo que te faça permanecer firme,
Algo que não te deixe voar,
Não ainda.

E aí então, lá no fundo do lago você finalmente vê
A verdade brilhar como um anel de ouro
Que a muito você o atirou e escondeu ali
Para se esquecer dela, ou simplesmente,
Por não se importar.

E você se olha no espelho nos olhos
E lá está ela, sua verdade,
Que lhe é tão cara, tão sua,
Tão crua.

E no fim, esse olhar vazio no horizonte,
A olhar mais para dentro de si.
Difícil aceitar esses novos ventos,
Difícil procurar onde se segurar,
Difícil se acostumar com a perda e as memórias,

Difícil viver com sua verdade: ser você de agora em diante.
Compartilhar:

Autor

Minha foto
Poeta que romantiza a vida por meio de versos pensos e fugazes. Em botecos de quinta, busca encontrar-se entre histórias e bebidas baratas, mulheres frívolas e olhares lascivos.

Postagens mais visitadas

Devaneantes

Seguidores