O Moinho

No mandrião da tarde o velho moinho movia-se lentamente
Os anos haviam lhe ensinado a não ter pressa
E a esperar pelos ventos que sempre votariam a soprar
E movê-lo novamente

O tempo também havia ensinado ao antigo moinho
Não se entediar de sua tarefa
Certas coisas vivem para um determinado propósito
E apenas para ele

Vendo dia após dia o sol se pôr no horizonte
O moinho de madeira percebeu
Que havia coisas das quais jamais deixaria de admirá-las
Por mais que as observasse todos os dias
Elas sempre pareciam diferentes

E aquela seria apenas mais uma tarde sonolenta
Em que a vida seguiu seu curso normal,
Os ventos sopraram, as moendas giraram,
Os grãos tornaram-se farinha.

E tudo fez sentido.

____________________________________________________
Tem sido tão difícil elaborar um texto últimamente, pois eu tenho refletido além do normal antes de fazê-los. E acreditem, isso leva bastante tempo. É difícil explicar o porquê desse texto, mas de certa forma ele se auto-explica e pra mim significa muito. Obrigado por todos os comentários encorajadores na postagem anterior, fico realmente agradecido pelas palavras de conforto.
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26 comentários:

Macaco Pipi disse...

belo texto
parabéns poeta!

simone vauna monteiro disse...

muito bom seu texto!

Fátima disse...

Lindo!!!

Liuri Loamí disse...

Claro, não é simples transformar idéias em palavras e num texto. As vezes temos tantas coisas para escrever, mas não conseguimos escrever nenhuma linha. Adoro seus textos, amante da escrita!

Number PI

Wellington disse...

Entendi que o moinho vive bem! Imaginei que ele poderia ser eu! Que apesar de ter novo por-do-sol a cada novo dia o que é um presente muito bom!!! Ele fica ali na dele, cumprindo seu serviço! Que se ele ficasse naquela de agradescer ele nem perceberia a transição da passagem da tarde para a noite! Que se tirassem o por-do-sol dele ele notaria e reclamaria para tê-lo de volta! Gratidão está além de gestos e palavras! Pode-se expressar apenas com o olhar ou com a sonolência refletindo satisfação! =)

Excelênte seu texto!!! Parabéns!!!

Visite meu blog!!! =)

Abraços

http://neowellblog.wordpress.com

Unknown disse...

Mais uma vez muito lindo. Por mais difícil seja continue a escrever e se expressar por meio dos seus textos. Você tem talento.

Joyce Kelly disse...

" Os anos haviam lhe ensinado a não ter pressa..."
As suas palavras fizeram sentido para o que eu estou sentindo nesse momento.
Obrigado pela visita e, mais uma vez, desejo-lhe que fique bem.
Abraço!

Paula Alencar. disse...

Caiu como uma luva para mim, Gabriel. Muito bom.
Eu, como escritora amante, tenho muita dificuldade em colocar minhas reflexões em palavras, por muitas vezes não ter palavras para certos pensamentos, mas a gente sempre acha um jeito.
Beijão, e se der, dá uma passadinha no meu blog.

cacaubertrand disse...

Amigo poeta,
Que lindo. Suas palavras trouxeram uma calma, uma paz.
Trouxeram a mim também a mansidão que deve ser o curso de nossas vidas.
E como uma beleza, um momento repetido pode ser adimirado das mais variadas formas.

Parabéns! =)

e obrigada pelo comentário.

beijos

monegologieee disse...

Texto lindo, depois ler fiquei com vontade deser um moinho e aprender com o tempo á não ter pressa, por exemplo.
http://thingsithink123.blogspot.com/

Diego Augusto disse...

parabens pelo blog kra...adorei mesmo!
parabens continue assim!

thaiana disse...

amei o seu texto...
beijm

Caroline disse...

Na verdade, quem sabe, o moinho esteja sempre...

...a favor do vento.

Helen S. disse...

Gostei do Blog, seguindo-te

Unknown disse...

belas palavras...com certeza a presa não nos leva a nada...tudo tem sua hora certa...

Anônimo disse...

QUERIDOS TEXTOS SEUS DE CADA DIA, PARABÉNS!

Rafael Leite de Albuquerque disse...

Curiosamente li seu comentário a respeito do texto antes de lê-lo, talvez para entender seu espírito ao criar-lo.
Não sei o que você quis dizer com o Moinho, mas acredito que não esteja ligado diretamente a você, até porque eu acho que fluiria muito melhor, sem ter que esperar horas pela inspiração.
O moinho representa muitas coisas, mas essencialmente o eterno ciclo em que estamos sujeitos. O inicio, o fim, e o inicio novamente.
Gosto do seu modo de escrever e gostaria de conhecer mais, tenho um palpite que, assim como eu, seus textos não surgem de uma simples ilustração. Parabéns rapaz, rs.

Lina Savle disse...

"Mandrião"...
Há quanto tempo que não leio esta palavra...

Fico muito feliz por ver um post seu novamente.

Pensar antes de escrever é importante sim, uma vez que as palavras, quando escritas, ganham mais força do que dias, mas aconselho a não se podar tanto, prncipalmente agora em fase chata de criação...

Cuida-te, guri.

Abraço,
http://gritosquenaodei.blogspot.com

Bruno Aichinger disse...

Bem legal cara.
Deve ser interessante ser um moinho.

Marcus disse...

tem coisas muito bonitas que vivemos todo os dias, mas tem vez que não temos tempo pra ver como deveria ser vista.

Ítalo Richard disse...

Vc escreve lindamente. Parabéns!
:)

Rúvila Magalhães disse...

Cara, que texto lindo, fez muito sentido com a fase que estou vivendo, cheia de ansiedade. A minha mãe sempre diz uma frase: "Tudo acontece no tempo certo". Eu comecei a acreditar nisso, e acho que seu texto é mais ou menos sobre isso tbm.

beijos

Ana Carolina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Carolina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Daniel disse...

Li também seu comentário. E realmente, sei como é para montar um texto. Às vezes a cabeça parece que vai explodir de tanta instrospecção. Mas parabéns, excelente poema! Uma reflexão existencial muito boa!

Lunaticools disse...

Uma bela alegoria para demonstrar que a pressa é inimiga da perfeição, assim como Dom Quixote era inimigo dos Moinhos, rs.

abç
Cidadão das nuvens

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Poeta que romantiza a vida por meio de versos pensos e fugazes. Em botecos de quinta, busca encontrar-se entre histórias e bebidas baratas, mulheres frívolas e olhares lascivos.

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