Saudade


Dedicado ao amigo Tiago

Tudo começou na faculdade, onde gazeávamos aula para jogar dominó
E eu te ajudava a passar nas provas
Na época em que bebíamos sem sentido
E o que valia era estarmos juntos um do outro curtindo

Carnaval, são João, reveion
Estávamos em todos eles, afinal
Como esquecer as roupas mal feitas de mulher das virgens de Olinda?
Ou quando viajamos para o São João em caruaru e tivemos de dormir na rodoviária mesmo?

Essa época passou, seguimos rumos acadêmicos diferentes
Mas a amizade permaneceu. Não ela só aumentava.
E aí então vieram os planos
Você como ninguém sabia sonhar
E me deixou este legado
O legado de pensar no futuro e criar metas
Criar formas de chegar até ele

E planos de nossas casas, que por pouco não iniciamos
A loja de informática, o espetinho, a lanchonete
Horas a fio de planos e sonhos,
Que sem dúvida dariam todos certo

Mas não te esqueças meu amigo, guardo todos comigo
E ei de realizá-los, em nossa homenagem

O tempo que nos dá vida, também nos tira
Preciso ser forte, pois estava viciado
Viciado na sua amizade diária, imprescindível
Viciado naquele que conheci tão bem, como ninguém

Parceiro, firma, irmão, partenaire
Eram tantos adjetivos não é mesmo?

Levaste um pouco de mim, mas também guardei um pouco de ti
E vou seguindo minha jornada,
Sabendo que ao final dela, meu grande amigo

Iremos nos encontrar.
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Texto dedicado ao alguém que tive a honra de poder conviver, e que não tardou para tornar-se meu melhor amigo. Só você, meu grande amigo, sabe o quanto ele significa.
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O Palhaço Que Sentiu-se Palhaço

Deixou o picadeiro e voltou para o camarim
No circo da vida, o pobre palhaço, sentiu-se palhaço
E o sorriso pintado em seu rosto deixou de fazer sentido
Desbotava em tons esbranquiçados
E não sentia-se mais engraçado

Ele que a tantos deu sentido para sorrir
Via-se sem sentido
Sem razões para voltar

Juntou um pano de cetim
E um retrato amarelado
Algumas amarguras e um sorriso sem graça
Todos em sua mochila nas costas a carregar

Seguiu como um artista do circo das desilusões
Que resolveu deixar o palco para nunca mais voltar
Seria então sua vez agora
Dos outros e da vida,

Sorrir.


(Gabriel B. Rodrigues)
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Realmente muito tempo sem postar. Devo isso ao fato de não ter tido férias, e nem as terei, aliado fato de ter sido o mês mais corrido do ano. Mas este tempo serviu para surpreender-me. É em momentos como este que você descobre que certas coisas que pareciam só ter importancia para você, podem ser muito importantes para outras pessoas. Fiquei realmente muito feliz ao ver a grande quantidade de pessoas que vieram me perguntar sobre o blog, e dizer que sentiam falta das postagens. Aos meus grande amigos, e aqueles companheiros de jornada, meu muito obrigado.
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Poeta que romantiza a vida por meio de versos pensos e fugazes. Em botecos de quinta, busca encontrar-se entre histórias e bebidas baratas, mulheres frívolas e olhares lascivos.

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