Hospital


- Qual o seu problema filho? – Indagou o clínico.
- Sofro de solidão, doutor. E das brabras! – Respondeu o rapaz.
- Aqui é um consultório médico filho, não uma clínica psiquiátrica.
- Eu sei doutor. Mas eu acho que é uma patogênese grave! É assim que se fala, né? – enfatizou ele.
- Você tem família, filho? Amigos? – Perguntou pacientemente o doutor.
- Claro que tenho doutor! E já tomei tudo que é remédio e essa danada num passa! Chega de manhã cedinho e quando me deito, lá está ela de novo...
- Olha meu rapaz, tudo que eu posso fazer é lhe indicar uns remédios. Alguns calmantes e antidepressivos devem resolver.
- É, você não entende... – disse o rapaz abatido – Eu vou indo que ela me espera lá fora.

E então o rapaz se levantou da cadeira e sem dizer nada saiu, da mesma forma que chegou,
.
.
sem ninguém.
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Poeta que romantiza a vida por meio de versos pensos e fugazes. Em botecos de quinta, busca encontrar-se entre histórias e bebidas baratas, mulheres frívolas e olhares lascivos.

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