Vem

(Recomenda-se a leitura em voz alta)

Vem, vem toda faceira
Esquece tua marra
Diz que é bagaceira
Cala minha boca
Fica de bobeira
Agora é tudo ou nada
É perder a estribeira
.
.
.
Vem, me faz perder a linha
E com ela o juízo
Diz que é toda minha
Sem razão e sem motivo
Que se sente sozinha
E precisa estar comigo
.
.
.
Afinal já perdemos muito tempo
E para quê esperar?
Sejamos como o vento
Que anda sempre de lá para cá
Sem perder tempo
Vive a todo momento
Sem nunca para de soprar

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Poema #5

Se desejei já se foi
O que quis agora é passado
Deixei tudo pra depois
Me livrei de todo o fardo

O que senti pouco importa
Vou dar vez agora à razão
Resolvi fechar a porta
Enterrar de vez o caixão

Cansei de ser idiota
O melhor é ser aquele outro cara
Que pouco ou nada se importa
Se vai ter tudo ou nada

Em breve eu logo irei esquecer
Este não é o problema,
Afinal tudo que me remete a você
Não passou de um dilema
Que simplesmente não fui capaz,
Nem tão pouco sagaz,
De sozinho resolver
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Hospital


- Qual o seu problema filho? – Indagou o clínico.
- Sofro de solidão, doutor. E das brabras! – Respondeu o rapaz.
- Aqui é um consultório médico filho, não uma clínica psiquiátrica.
- Eu sei doutor. Mas eu acho que é uma patogênese grave! É assim que se fala, né? – enfatizou ele.
- Você tem família, filho? Amigos? – Perguntou pacientemente o doutor.
- Claro que tenho doutor! E já tomei tudo que é remédio e essa danada num passa! Chega de manhã cedinho e quando me deito, lá está ela de novo...
- Olha meu rapaz, tudo que eu posso fazer é lhe indicar uns remédios. Alguns calmantes e antidepressivos devem resolver.
- É, você não entende... – disse o rapaz abatido – Eu vou indo que ela me espera lá fora.

E então o rapaz se levantou da cadeira e sem dizer nada saiu, da mesma forma que chegou,
.
.
sem ninguém.
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Lembro-me

Lembro-me dos teus anelos querida
Que me contavas quando estavas aqui
E das anáguas que por ventura usavas
Para teu pudor cobrir

Lembro-me dos teus cachos loiros ao vento
E de teus olhos que tudo me diziam
Lembro-me das tardes ao relento
Sem saber aonde íamos

Lembro-me das noites de sereno
E das estrelas que contávamos
Da areia do mar em teu corpo pequeno
E das coisas que sonhávamos

Lembro-me ainda,
De quando falávamos de amor
E do teu jeito de menina
Quando eu me declarava com rubor

.
.
.

E como uma brisa, chegaste de mansinho
E logo estavas em mim
Mas partistes como um passarinho
Que para o céu voa sem fim
Deixando apenas a saudade
E a vontade
De que voltes para mim


(Gabriel B. Rodrigues)
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Gostaria de agradecer a todos aqueles que por aqui passam e deixam algumas palavras, e aos amigos que sempre me indagam por novos textos e me estimulam a escrever. A todos vocês, meu muito obrigado.
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Passar


Tempo passa
Passa tempo
Menos passa, tempo
Quanto menos tempo passa
Menos tempo
Passa tempo

Saudade passa
Passa saudade
Menos passa, saudade
Quanto menos saudade passa
Menos saudade,
Passa

Amor vem
Vem amor
Menos vem, amor
Quanto menos amor vem
Menos amor
Passa

(Gabriel B. Rodrigues)
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Quatro Anos de Devaneios Irreais!


Hoje, o blog completa 4 anos de sua existência e confesso realmente que não esperava por tanto. Queria agradecer à todos que por aqui passaram e deixaram de alguma forma alguma contribuição. Então hoje, resolvi não postar nada novo, pelo contrário, resolvi postar minha primeira poesia, a do primeiro post deste blog. Ela foi realmente a primeira que escrevi (ou tentei), em um momento de inspiração incomum, e foi ela que me fez criar gosto por fazê-las.
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Minha Ludibriez

As vezes quero ser alguém que não sou
Quero fazer algo que não posso
Ir para onde para algum lugar impossível de chegar..

Talvez esses desejos sejam frutos de minha decepção
Com o mundo, ou da minha incapacidade diante das coisas que me cercam
Ou sejam simplesmente desejos fúteis de coisas que sei que jamais poderei fazer

Mas sigo a buscar a compreensão do incompreendido
Sigo esta trilha tão sinuosa e incerta

Afinal, talvez tudo isso não passe apenas de devaneios e divagações
Que se confundem com minha ludibriez
Enquanto vejo as luzes dos carros que passam lá fora, a iluminar
O teto do meu quarto como faíscas reluzentes, que se vão pela noite escura.


(Gabriel B. Rodrigues)
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Queria ter, mesmo


Queria ter razão para fazer o impensável
Queria ter o motivo certo para fazer a coisa errada
Queria ter sensatez para ser insensato
Queria ter a palavra para silenciar

Mas acabei,

Mesmo impensável tendo razão
Mesmo com o motivo errado, fazendo a coisa certa
Mesmo insensato tendo sensatez
Mesmo em silêncio tendo a palavra

E no final,

Queria ter você para não ser só
Mesmo sendo só e não tendo você

(Gabriel B. Rodrigues)
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Saudade


Dedicado ao amigo Tiago

Tudo começou na faculdade, onde gazeávamos aula para jogar dominó
E eu te ajudava a passar nas provas
Na época em que bebíamos sem sentido
E o que valia era estarmos juntos um do outro curtindo

Carnaval, são João, reveion
Estávamos em todos eles, afinal
Como esquecer as roupas mal feitas de mulher das virgens de Olinda?
Ou quando viajamos para o São João em caruaru e tivemos de dormir na rodoviária mesmo?

Essa época passou, seguimos rumos acadêmicos diferentes
Mas a amizade permaneceu. Não ela só aumentava.
E aí então vieram os planos
Você como ninguém sabia sonhar
E me deixou este legado
O legado de pensar no futuro e criar metas
Criar formas de chegar até ele

E planos de nossas casas, que por pouco não iniciamos
A loja de informática, o espetinho, a lanchonete
Horas a fio de planos e sonhos,
Que sem dúvida dariam todos certo

Mas não te esqueças meu amigo, guardo todos comigo
E ei de realizá-los, em nossa homenagem

O tempo que nos dá vida, também nos tira
Preciso ser forte, pois estava viciado
Viciado na sua amizade diária, imprescindível
Viciado naquele que conheci tão bem, como ninguém

Parceiro, firma, irmão, partenaire
Eram tantos adjetivos não é mesmo?

Levaste um pouco de mim, mas também guardei um pouco de ti
E vou seguindo minha jornada,
Sabendo que ao final dela, meu grande amigo

Iremos nos encontrar.
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Texto dedicado ao alguém que tive a honra de poder conviver, e que não tardou para tornar-se meu melhor amigo. Só você, meu grande amigo, sabe o quanto ele significa.
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O Palhaço Que Sentiu-se Palhaço

Deixou o picadeiro e voltou para o camarim
No circo da vida, o pobre palhaço, sentiu-se palhaço
E o sorriso pintado em seu rosto deixou de fazer sentido
Desbotava em tons esbranquiçados
E não sentia-se mais engraçado

Ele que a tantos deu sentido para sorrir
Via-se sem sentido
Sem razões para voltar

Juntou um pano de cetim
E um retrato amarelado
Algumas amarguras e um sorriso sem graça
Todos em sua mochila nas costas a carregar

Seguiu como um artista do circo das desilusões
Que resolveu deixar o palco para nunca mais voltar
Seria então sua vez agora
Dos outros e da vida,

Sorrir.


(Gabriel B. Rodrigues)
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Realmente muito tempo sem postar. Devo isso ao fato de não ter tido férias, e nem as terei, aliado fato de ter sido o mês mais corrido do ano. Mas este tempo serviu para surpreender-me. É em momentos como este que você descobre que certas coisas que pareciam só ter importancia para você, podem ser muito importantes para outras pessoas. Fiquei realmente muito feliz ao ver a grande quantidade de pessoas que vieram me perguntar sobre o blog, e dizer que sentiam falta das postagens. Aos meus grande amigos, e aqueles companheiros de jornada, meu muito obrigado.
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Sua Falta


Hoje senti tua falta mais que o normal
Queria aparecer de surpresa
No que pareceria ser mais um dia banal
E poder te falar com certeza

Daquilo que trago no peito
E desses versos que são teus
Mas simplesmente não encontro um jeito
De falar-te os sentimentos meus

Pois preciso acabar com a saudade
E me livrar da solidão
E te dizer em verdade
Que só há você em meu coração


(Gabriel B. Rodrigues)
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Pensei em tantas formas de acabar este poema, que quase o postava incompleto. Levei quase dois dias para fazer a última estrofe, pois tenho tanto a dizer...
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Uma Carta e Uma Rosa


Em cima da escrivaninha, uma carta e uma rosa
Enquanto últimos raios do sol da tarde entravam pela janela,
Sua cabeça estava baixa entre os braços
E podia-se ouvir o som baixo do rádio que tocava algo ao fundo

A noite logo chegaria, e aquele dia finalmente teria fim
Passara-o quase todo escrevendo aquela carta,
E colhendo a melhor rosa do jardim
Mas ambos jamais seriam entregues ao seu destino

E por que havia de ser assim? Perguntava-se debruçado entre os braços
As coisas eram sempre daquela forma, enquanto
A saudade apertava-lhe o peito e a solidão o encurralava
E ele terminaria mais uma vez da mesma forma
Triste.

Abaixou o capuz do casaco e levantou a cabeça
Não sei o que estou fazendo, pensou
Pegou a carta e a rosa e saiu
Aquele não poderia ser um dia qualquer,
Não, não seria,

Pelo menos hoje, farei diferente.

(Gabriel B. Rodrigues)
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Dia dos namorados... pensei em tantas coisas para escrever, e na verdade escrevi diversas coisas. Mas resolvi por fim, postar uma espécie de pequeno conto em forma de poesia (não sei nem se isso existe).
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Sentido

Queria ser capaz de te dizer o que sinto
E com todas as palavras fazer-te suspirar
Porém não passo de um desiludido
Que só sabe poetizar
Aquilo que deveria ser dito
E não escrito
Em uma noite de luar

Pois ainda escuto vozes na brisa
Sussurrando teu nome em meu ouvido
E o coração em desalinho desafina
Por querer estar contigo
Afinal, a verdade
É que na realidade
Só você me dá sentido


(Gabriel B. Rodrigues)
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Esse poema faz todo sentido para mim ultimamente, e gostaria de dizer que ele é dedicado a alguém. Tem sido tão difícil escrever ultimamente, com tantas coisas acontecendo, que tão pouco significa tanto.
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Além-mar


Deixa-me partir
Pois não pertenço a este lugar
Sei que existe para mim
Algo melhor além-mar
Levo apenas a saudade
E parto com a vontade
De quem sabe um dia voltar

(Gabriel B. Rodrigues)
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Selos


Aqui estou novamente, e desta vez para agradecer. Coincidentemente na minha última postagem, recebi de três blogs o selo Prêmio Dardos 2010. E são blogs que passei a acompanhar recentemente, e dos quais me indentifiquei bastante pois o conteúdo de nossos blgos se parecem bastante e são pessoas que se permitem a vida. Então mais uma vez, muito obrigado e sinto-me lisongeado aos blogs:

Lágrima Interrompida
Memórias Psicodélicas
Caminhos

O selo tem três regras:
1- Aceitar exibir a imagem.
2- Linkar o blog do qual recebeu o prêmio.
3- Escolher 10 blogs para entregar o Prêmio Dardos, então eis os blogs:

Revelando Sentimentos
PROLIXIDADES e laconismos
Rotativa
Éter Na Mente
Versos Secos
Palavrogramas
Baiúca do Bardo
Poeses

Também na última postagem, recebi um selo do Opiniões Blog, e fiquei bastante lisongeado, pois é um selo bem singelo e demonstra que em algum lugar existe alguém que gosta do que você faz, então meu muito obrigado. As regras são as mesmas para o selo de cima, só que além de postar o selo, postar alguma imagem que você goste.

O Selo:
E vou postar uma imagem, sobre amizade, que tem feito muito muito sentido pra mim últimamente:


Por hora é isso, logo mais estarei colocando a próxima postagem.
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Paro
Penso, me
Perco e logo vejo,
Poeta
Pequeno sou.

Pois,
Ponderado em
Palavras
Prolixo em sentimentos

Peço à vida
Piedade
Pois,
Poeta fui
Poeta sou

Preferi o sentir,
Perdoai.

(Gabriel B. Rodrigues)
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Preciso de Você

Para Mabel,

Tentei entender o porquê de agir assim
Mas logo me vi confuso
E descobri que não seria possível enfim
Ter respostas em absoluto

Nada poderia explicar a razão
Desse anseio e desejo incontrolável
Pois tudo não passava então
De um sentimento insaciável

E não sabia como agir
Ou o que dizer
Sabia apenas que devia seguir
Vivendo por viver

E por fim percebi querida
Que na vida só temos uma chance
E antes que ela seja perdida
Quero te dizer em instante

Que todos nós precisamos de um alguém
Seja ou não por merecer
E sei que nesse mundo não há ninguém
Como eu preciso de você

(Gabriel B. Rodrigues)
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Semanas super corridas, mas aqui estou novamente. Bom pessoal, vou passar a assinar os poemas a partir de agora. Todos os textos do blog são meus, porém por uma questão de créditos vou passar a assiná-los de agora em diante. Esse último foi concebido de uma forma surpreendente, fiz o esboço dele mês passado e hoje ao revê-lo o sentimento de que precisava para terminá-lo me veio quase que instantâneamente.
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Para Sempre


Quero eternizar este momento
Esse beijo
Essa tarde
Esse lugar
Você.

Ficarás comigo para sempre
Nem que por alguns minutos em que estivemos
Só nós
Só nós
E mais ninguém.

Os sussurros no ouvido
Teus olhos sobre os meus
As juras de amor
Quero guardar tudo, todos eles
Só pra mim,
Só pra mim,
Teus.

O calor do teu corpo quando em meus braços
Tua mão em meu rosto
Nossos lábios
Amor

Vou te eternizar meu amor
Passaremos, seremos pó ao vento
Mas estarás aqui
Comigo
Em mim

Para Sempre.
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Hoje eu vejo como é difícil conciliar a vida de estudante e poeta, parecem coisas análogas (risos). Mas aqui estou me permitindo mais uma vez. Obrigado a todos pelas críticas, elas tem me estimulado bastante, fico realmente grato por aqueles que reservam um pouco de seu tempo para estes poemas.
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Sonho


Imaginei um dia perfeito
E lá estava você sorrindo pra mim
E quando eu te pedia sem jeito
Você dizia que sim

Caí então da cama
E comecei a gargalhar
O pequeno sonhador de pijama
A realidade tinha de voltar

E naquele quarto escuro
De seu sonho teve que partir
Porém o mais difícil disso tudo
Era voltar a dormir
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Poeminha simples, para não perder o costume. Pensei em tantas coisas para escrever, porém ultimamente tenho optado pela simplicidade.
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Brio


Parou junto à calçada
E sentou-se ao meio fio
Não desejava mais nada
Naquela noite sem brio
Apenas que tudo fosse diferente
E quem sabe de repente
Deixasse de ser vazio
.


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Farsa

Querida, façamos um trato
Trairás comigo um amor proibido e carnal

Seremos amantes que não tem outro alguém
Trairemos quem não existe
Seremos subversivos de uma farsa

Pelo simples prazer do erro consciente
Pela excitação de tudo aquilo que é proibido
Movidos apenas pela libido

E então sairemos pela noite
Beberemos de um vinho barato
E por entre vielas e ruas estreitas
Embriagados por um furor crescente
Nos perderemos em nós mesmos

Seremos confidentes, farsantes
De uma mentira perfeita

E então querida, trairás uma farsa comigo?

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Ando ocupadíssimo, as aulas na faculdade voltaram a mil por hora e os ânimos também. Novos ânimos, novos desejos, novos textos. Quero agradecer aos comentários sobre o blog, ouvi muita coisa ultimamente e gostaria de agradecer a todos que gastam um pouquinho do seu tempo dando uma passada por aqui de vez em quando e fazendo críticas. Então pergunto-lhes, por que não viver uma farsa, afinal?
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O Que Eu Sempre Quis


Vivo num tempo
Sem sentimento
De dias e noites gris

Vivo a saudade
E a perversidade
De memórias pueris

Entre vielas
E passarelas
Entre o pingo e os is

Vejo-te querida
Como a ferida
Que eu mesmo fiz

Despeço-me com o lampejo
De um último desejo
De dizer o que eu sempre quis

Pois não sei amar sozinho
E como o passarinho
Preciso voar e ser feliz
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O Moinho

No mandrião da tarde o velho moinho movia-se lentamente
Os anos haviam lhe ensinado a não ter pressa
E a esperar pelos ventos que sempre votariam a soprar
E movê-lo novamente

O tempo também havia ensinado ao antigo moinho
Não se entediar de sua tarefa
Certas coisas vivem para um determinado propósito
E apenas para ele

Vendo dia após dia o sol se pôr no horizonte
O moinho de madeira percebeu
Que havia coisas das quais jamais deixaria de admirá-las
Por mais que as observasse todos os dias
Elas sempre pareciam diferentes

E aquela seria apenas mais uma tarde sonolenta
Em que a vida seguiu seu curso normal,
Os ventos sopraram, as moendas giraram,
Os grãos tornaram-se farinha.

E tudo fez sentido.

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Tem sido tão difícil elaborar um texto últimamente, pois eu tenho refletido além do normal antes de fazê-los. E acreditem, isso leva bastante tempo. É difícil explicar o porquê desse texto, mas de certa forma ele se auto-explica e pra mim significa muito. Obrigado por todos os comentários encorajadores na postagem anterior, fico realmente agradecido pelas palavras de conforto.
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Os Ventos


Quero me desculpar com todos aqueles que apreciam meu trabalho e depositam suas críticas e elogios nele. Peço desculpas pelo atrazo nas postagem, porém algo do qual jamais esquecerei me aconteu à alguns dias, e ainda estou me recuperando aos poucos. E desde então não havia tido coragem nem para escrever, não tinha cabeça. No entanto aqui estou novamente, tentando seguir com minha vida, postando algo completamente diferente do usual, um poema intimista, diferente do que estou acostumado. Um pouco complexo para mim. Bom é isso, e ele retrata tudo o que tenho a dizer. Por hora.
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O vento dos dias sopra e leva com ele tudo o que nos resta
Desejos, inspirações, lampejos
Sobra apenas a memória e a saudade
Sobra apenas o que ele não pode levar ainda,
Nós mesmos.

E aí o trem saí dos trilhos e a linha do carretel
Você nada contra a corrente, sobe a ladeira
Procurando de alguma forma se agarrar a algo
Algo que te faça permanecer firme,
Algo que não te deixe voar,
Não ainda.

E aí então, lá no fundo do lago você finalmente vê
A verdade brilhar como um anel de ouro
Que a muito você o atirou e escondeu ali
Para se esquecer dela, ou simplesmente,
Por não se importar.

E você se olha no espelho nos olhos
E lá está ela, sua verdade,
Que lhe é tão cara, tão sua,
Tão crua.

E no fim, esse olhar vazio no horizonte,
A olhar mais para dentro de si.
Difícil aceitar esses novos ventos,
Difícil procurar onde se segurar,
Difícil se acostumar com a perda e as memórias,

Difícil viver com sua verdade: ser você de agora em diante.
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Fuga

Fugindo um pouco da rotina, resolvi postar hoje um conto que a muito estava guardado comigo esperando apenas para ser finalizado. Um bom tempo sem postar um texto corrido, então não se admirem (risos!).
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Sua respiração está pesada, ela olha para trás mais uma vez, esperando vê-lo. Suas longas passadas, enquanto corre naquela chuva pesarosa tiram-lhe o fôlego a cada segundo. As enormes poças de água, a tingir em marrom escuro suas vestes ensopadas, e a fraca luz avermelhada que ainda iluminavam o local, contribuíam negativamente ainda mais.

Um tropeço. Uma queda.

O mundo parece rodar ao seu redor, e então as coisas começam a perder o foco. Ela tenta aturdida entender o que está lhe acontecendo. A chuva em seu rosto parece não adiantar muito em sua tentativa de se manter consciente.

Sua cabeça lentamente pende para o lado, e ela então o vê. Ela já não sabe se ele está longe ou não, nada parece fazer mais sentido, apenas a crescente sensação de terror que toma-lhe forma, enquanto ela observa seus passos lentamente em sua direção.

Aquele longo chapéu negro era inconfundível. Ele estava a sua frente, mas ela não parecia conseguir enxergar seu rosto. Apenas a água que escorria por volta daquela sombra negra.

Ele se abaixa, em sua direção. Ela sente calafrios, e seu corpo inteiro treme em pânico. Aquela ansiedade do que poderia acontecer-lhe parecia tirar-lhe qualquer chance de reação. E aqueles segundos pareciam intermináveis.

Ela o vê abaixar a cabeça e segurar o chapéu.

Finalmente ele o tira.

- Eei, Gina, o que faz aqui uma hora dessas, e nessa chuva? – pergunta o agora não mais desconhecido rapaz.
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Dias e Canções


E os dias são assim,
como os versos simples de uma canção.
Soam-nos aos ouvidos,
escrevemo-los,
e já estamos prontos para o próximo dia,
ou para a próxima canção.

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Férias e os devanéios, como fugir deles? São tantos pensamentos, que os dias se tornam assim... como versos de uma canção.

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Quero Te Excluir de Minha Vida


Como se fosse alguma entranha minha
Quero te extirpar de uma vez
Cortar fora tudo o que me resta
E me remonta a você

Ignorar que algum dia existisse
E que algum dia fosse de alguma importância para mim
Viver a partir o dia em que deixaste de existir
Como um novo recomeço, uma nova história
Em que jamais estarás nela

Apagar as memórias
Recordações, cartas e desejos
Tudo.

Não restará nada a partir de hoje
Só o novo eu que restou:
Livre, sem ressentimentos e amarguras
Mais maduro,
Mais eu.

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É tudo o que tenho a dizer, cada palavra, cada frase. Tudo. A vida é feita de momentos, e é este em que vivo agora, um momento de adeus ao passado. Gostaria de como primeira postagem do ano colocar algo mais estimulador, mas poeta como sou não posso negar o momento presente, e ele é este.
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Autor

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Poeta que romantiza a vida por meio de versos pensos e fugazes. Em botecos de quinta, busca encontrar-se entre histórias e bebidas baratas, mulheres frívolas e olhares lascivos.

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