Fuga

Fugindo um pouco da rotina, resolvi postar hoje um conto que a muito estava guardado comigo esperando apenas para ser finalizado. Um bom tempo sem postar um texto corrido, então não se admirem (risos!).
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Sua respiração está pesada, ela olha para trás mais uma vez, esperando vê-lo. Suas longas passadas, enquanto corre naquela chuva pesarosa tiram-lhe o fôlego a cada segundo. As enormes poças de água, a tingir em marrom escuro suas vestes ensopadas, e a fraca luz avermelhada que ainda iluminavam o local, contribuíam negativamente ainda mais.

Um tropeço. Uma queda.

O mundo parece rodar ao seu redor, e então as coisas começam a perder o foco. Ela tenta aturdida entender o que está lhe acontecendo. A chuva em seu rosto parece não adiantar muito em sua tentativa de se manter consciente.

Sua cabeça lentamente pende para o lado, e ela então o vê. Ela já não sabe se ele está longe ou não, nada parece fazer mais sentido, apenas a crescente sensação de terror que toma-lhe forma, enquanto ela observa seus passos lentamente em sua direção.

Aquele longo chapéu negro era inconfundível. Ele estava a sua frente, mas ela não parecia conseguir enxergar seu rosto. Apenas a água que escorria por volta daquela sombra negra.

Ele se abaixa, em sua direção. Ela sente calafrios, e seu corpo inteiro treme em pânico. Aquela ansiedade do que poderia acontecer-lhe parecia tirar-lhe qualquer chance de reação. E aqueles segundos pareciam intermináveis.

Ela o vê abaixar a cabeça e segurar o chapéu.

Finalmente ele o tira.

- Eei, Gina, o que faz aqui uma hora dessas, e nessa chuva? – pergunta o agora não mais desconhecido rapaz.
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Dias e Canções


E os dias são assim,
como os versos simples de uma canção.
Soam-nos aos ouvidos,
escrevemo-los,
e já estamos prontos para o próximo dia,
ou para a próxima canção.

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Férias e os devanéios, como fugir deles? São tantos pensamentos, que os dias se tornam assim... como versos de uma canção.

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Quero Te Excluir de Minha Vida


Como se fosse alguma entranha minha
Quero te extirpar de uma vez
Cortar fora tudo o que me resta
E me remonta a você

Ignorar que algum dia existisse
E que algum dia fosse de alguma importância para mim
Viver a partir o dia em que deixaste de existir
Como um novo recomeço, uma nova história
Em que jamais estarás nela

Apagar as memórias
Recordações, cartas e desejos
Tudo.

Não restará nada a partir de hoje
Só o novo eu que restou:
Livre, sem ressentimentos e amarguras
Mais maduro,
Mais eu.

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É tudo o que tenho a dizer, cada palavra, cada frase. Tudo. A vida é feita de momentos, e é este em que vivo agora, um momento de adeus ao passado. Gostaria de como primeira postagem do ano colocar algo mais estimulador, mas poeta como sou não posso negar o momento presente, e ele é este.
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Poeta que romantiza a vida por meio de versos pensos e fugazes. Em botecos de quinta, busca encontrar-se entre histórias e bebidas baratas, mulheres frívolas e olhares lascivos.

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