Diz-se que quem muito pensa, pouco faz,
no entanto, quem muito faz, pouco não pensa?
E se muito faz, sem pensar, logo...
...é um romântico!


Interessante esses joguinhos de lógica, não?
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Memórias

Se por ti sinto saudade
É a prova que ainda te amo
Pois sei que ainda há um tom de verdade
Que permanece, ano a ano

Risquei-te da lista, te apaguei do borrão
Tentei te tirar da mente
Mas ainda estais no coração
Porque nadas contra a corrente
E insiste tão veemente
Nos acordes de meu violão

O que restou foram cartas amareladas
Sussurros, e tuas juras
Que estão despedaçadas
Junto às amarguras

De memórias adiadas
_________________________________________
Poeminha que me veio a mente quase que de uma vez
só, em uma noite. Tão derrepente, quanto singelo.
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Essência

E assim se encerra mais um ciclo
E volto, então, aos dias tranqüilos de outrora
Calmos e taciturnos a rever novamente o pôr-do-sol
Sumindo no horizonte, sem se preocupar
Com a alvorada vindoura de um novo dia

Velhos tempos, de dias que por muito me queixei
Agora, compreendo-os em essência
Torno-me a eles, como um pai que nunca deixa
De ser pai

O violão encostado a cama
O conhaque no guarda-roupa
E seu drinque sempre a posto, em madrugadas pensativas

Os livros de filosofia sobre a mesa
Perdidos entre anotações e desenhos
As árvores à janela, sempre a sacudir-se
Na brisa da tarde

O quarto bagunçado, cd’s, livros, roupas
O computador sempre ligado, fios por toda parte
Um aquário sem água

E os caminheiros na rua de areia
Onde o tempo parece ter esquecido
Tirado férias, e os dias simplesmente passam assim
Iguais, em paz, sem mais
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Brincando com palavras e sonhos


Não quero ser nem mais nem menos, JUSTO,
E nem para um lado nem para outro, AQUI.

Ao meu jeito particular, EU,
Invento, faço, desfaço, CRIO.

Um sonho
De uma filosofia de vida, MEU.

Que tampouco é para todos
Mas não é só para mim, IDEAL.
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Soneto II


Obrigações por fazer, devia
E razões diversas para dar valor
Esteve longe, na semana que se ia
Passou depressa, acabou

E na imensidão de seu anseio
Sonho sublime, que inatingível afronta
Sobre a fachada, que aurora desponta
Aquele taciturno veraneio

Fora forte, fora fiel
A causa abraçou, fera indomável
Enfim, triste fel

Não quer afundar-se num tom realista, então
Longe dele, romancista
Da segunda geração
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Versos Diferentes


Vida, interessante vida
Às vezes complexa outrora singela
Às vezes sem razão outrora sensata
Às vezes tudo e outrora nada

E assim os sins e “nãos”
Permeiam nossa vida, cheia de mudanças
E “entãos”

Viver por viver, seria em vão
Pois são tantas as mudanças
São tantas as andanças
Uma folha e um borrão

Entre muitos nuances
Entre tantos momentos
Nos enlaces distintos
Contra tempos

As mudanças são tantas como nestes versos
Rimo, mudo, inverto
Desconverso
Me torno diferente e assim
Me despeço
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Diferente dia D


Diverso diferente diferindo difusamente de dois dicotômicos diferenciais divididos dispersos díspares dissociados donde distintos distam distantes deste diferente dia D.

__________________________________________________
Pequeno parágrafo, que retrata exatamente o que quero dizer. Uma vida
diferente numa rotina metódica. Paradoxal? Não. Apenas, um diferente dia D.
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Soneto da Indefinição

Já não sei se o céu é o azul, tão pouco
Se brancas são as nuvens que o permeiam
Nem mesmo se ainda te quero ou não
Um vão

E como dizia o filósofo de que apenas sabe que nada sabe
Vou mais além, nem mesmo disso
Acho que sei. Não sei
Quem sabe?

Não dizem que os paradigmas existem para serem quebrados?
Acho os meus foram os primeiros
Uma sacolejada de mundo, e me deixou perdido

Me faz um favor? Me mostra? Porque ainda não o fizeram
E esse soneto da indefinição, termina como se propôs

Indefinido

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Pra quebrar um pouco o gelo aqui, onde tão pouco acontece, mas tanto dito, tanto expressado. Venho com este pequeno soneto, de um eu indefinido e repleto de dúvidas, que invariavelmente me deixam assim.
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Filme - Um Diálogo Particular


Como em um filme
Dois telespectadores se sentam para assistir suas vidas

Como se um feixe de luz que incide em uma tela branca
Suas vidas. Mas o que irão ver? Um drama? Uma comédia romântica?
Ou algo mais?
Ou seria apenas um negrume sem explicação de história alguma?

E se ele pudesse ser reeditado? Como fazê-lo?
Um meio termo? Tempestades e calmarias?
Páginas a serem reescritas de um livro?

Mas e quando essas páginas acabam virando um livro? O nosso?
Escrevemo-os, mas não o sabemos, viver
Lemos nossos traços como leigos com um conformismo inconstante, e passivo
O que há afinal?

Falta um foco
Como um objeto no foco de um espelho convexo
Nossas imagens, tendem ao infinito
Onde nos refletem, em um mundo finito e cheio de limitações

Não entendo
Por que em uma história em que somos os personagens principais
Nos escapam as rédeas, e onde deveríamos ser mocinho e mocinha
Somos outrora, coadjuvantes de nossa própria história?

Seriam nossas almas infinitas que não cabem na finitude deste mundo
Que é pequeno e retrógrado?

Um filme desconexo
De pessoas que se procuram entender-se
E suas próprias palavras perdem-se na conflitância
De vossas próprias vidas incertas
De teorias confusas
E devaneios confusos

Em uma tela branca
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Gostaria claro, de agradecer a enorme contribuição, de uma grande escritora só ela que não aceita (risos), Amanda, não só no nosso diálogo particular, como também na grande força que tem me dado ao longo dos dias, seja com um ombro amigo ou uma palavra de consolo. Obrigado, e que a saga do B. e da D. não pare por aqui (risos³³).
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O Cubo

Claustrofóbico
Diametralmente perfeito em todos os seus lados
E só há linhas coplanares cruzando-se
Para onde quer que se olhe

Três dimensões
Geometricamente perfeitas
Um espaço vazio
Concêntrico

Paralelismo. Quanticidade. Tempo
Realidades desconexas
Em universos paralelos
Que se contrastam e ora fundem-se
No espaço tempo
Este último, uma distorção retrógrada

Números
Uma porção ordenada de coordenadas espaciais
Vetores e permutações geométricas
Em um sistema R3
Determinante

O cubo.

__________________________________________________

Criei este texto inspirado na trilogia cinematográfica de O Cubo.
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Asilo

Não é uma casa muito grande. Na verdade, ela é bem modesta e simples. Há poucos quartos, apenas três no corredor. Uma pequena varanda, junto a uma sala de estar, a cozinha, ao lado a área da dispensa, e o quarto dos fundos. A decoração é bem simples também, alguns poucos móveis de madeira, uma mesa de vidro, um pequeno centro de pedra e algumas almofadas.

Você é o único interno.

Interno de uma prisão filosofal. Preso por suas convicções, preso por ser incompreendido.

Há pessoas na casa. Mas não se esqueça, de interno só você. Imagine que elas transitam pelos cômodos livremente, diante de seus olhos. Muitas vezes, em uma rotina pragmática. Mas elas não o vêem, ou simplesmente não se importam. Afinal, você é o diferente, o louco incompreendido.

Imagine também, que tudo que faz é irrelevante. Pois, não há iguais ali com você, e qualquer tentativa de chamar a atenção é em vão. Um garotinho crescido, que ainda espera que o ouçam.

E por fim, não se esqueça de ser paciente. Ah sim! Ela é fundamental. Aliás, essencial, pois se não você realmente irá se perder em suas convicções únicas, e se tornará o louco que todos o vêem. Porque seus dias passam, sem que saiba quando ou se vai sair dali. Como poderia? Quem o tiraria?

Você é capaz de imaginar?

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Mutável


Meu conceito não é absoluto
As palavras são fixas, seus sentidos muito limitadores
Por que então, utiliza-las com precisa convicção?
Por que não voltar-se atrás, do pensamento dito?

Meu conceito não é maniqueísta
Afinal, não tenho apenas uma ou duas escolhas
Nem tão pouco dois lados da mesma moeda
Ou apenas um lado
Fixo, imultável
Não

Minha verdade é dinâmica
Meus horizontes, ilimitados. Insuperáveis
Meu ponto de vista é variável
Talvez dependa de você

Minha vida, uma doce mudança
Os capítulos são reescritos a cada dia
Repaginados a cada hora
Refeitos a cada instante

E eu, um privilegiado espectador de mim mesmo
Em meu assento na primeira fila
Só fico a desfrutar o espetáculo

De minha imprevisível vida
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Saudade por Ti

Sofro de uma saudade diferente
Saudade de amor não visto
Saudade de amor carente
Saudade que suporta o tempo
Que me surpreende

Saudade sim, de que te quero
E por te querer
Por ti espero

Mas por favor, não demora
Distante não fiques
A toda hora

Pois por ti, meu peito
Em um aperto
Sempre te chama
Em um verso

De quem te ama
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Autor

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Poeta que romantiza a vida por meio de versos pensos e fugazes. Em botecos de quinta, busca encontrar-se entre histórias e bebidas baratas, mulheres frívolas e olhares lascivos.

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