Botequim



Ah! Candeias de m’alma
Que desvanecem no escuro da noite
Já não me aquecem na brisa alva
A castigar-me como um açoite

E então me lembro de que sou fugaz
E até mesmo um tanto arredio
E ainda sim, não fui capaz
De vencer esta falta de brio

E entre goles de um trago barato
Neste botequim sujo
Estou como minha vida, largado
Entre promíscuos e vagabundos

Aguardo apenas o trem das seis
Para embarcar no vagão da desilusão
Acho até me acostumei
Com esta falta de razão
E se estiver sóbrio até lá
Espero não mais voltar
A esta mesma estação

(Gabriel B. Rodrigues)

___________________________________________________
Depois de 3 anos de inatividade, voltei a ter uma inspiração repentina,
e decidi voltar a postar. Não sei em que isso vai dar, acho que apenas
precisava escrever.
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11 comentários:

KGeo disse...

Ficou muito esse texto

Unknown disse...

E que inspiração! Muito bom o poema, muito boa volta.

Helder Medeiros disse...

Me lembro que quando comecei a escrever (para as pessoas), em meados de 2007/2008, o seu blog me foi bastante inspirador. Fiquei surpreso e feliz quando vi novamente o título dele aparecendo na minha Lista de Leitura. Uma boa nostalgia.
Te desejo muita inspiração, e que não haja uma pausa assim tão longa novamente. Abraços!

Gabriel disse...

Ah, que palavras generosas Helder, realmente fico lisonjeado, não imagina que seria capaz de inspirar alguém.

Tentei comentar no seu blog (Insight cards) mas não encontrei onde hahaha

Realmente o momento é de nostalgia, vivi uma fase única nos últimos três anos, e de repente me veio essa necessidade de escrever novamente. Espero manter a assiduidade de agora em diante.

Mais uma vez, obrigado pelas palavras.

Jessica Laviere disse...

Me identifiquei bastante com alguns trechos do poema,tava numa fase meio sendo empurrada pelos meus problemas,e vivendo o que aparecia pra mim,mas chega uma hora que vc precisa tomar as rédeas da sua vida.
"E se estiver sóbrio até lá Espero não mais voltar A esta mesma estação",é o que eu desejo pra mim tbm...boa sorte e sucesso!

Marília Tasso disse...

Olha, parabéns, que você tenha mais inspirações assim...

Tati disse...

Sempre bom [te] ler... e os versos "Acho até me acostumei com esta falta de razão" é de uma perfeição desmedida no poema!

Bruna Morgan disse...

Que bom que voltou!
Desculpe-me pelo comentário cheio de spam que fiz há muito tempo hauhauhau


Meu blog ♥

Candy Eller disse...

Gabriel eu também tento embarcar no trem depois de um tempo. Espero poder descer na estaçao "inspirados" como você. Belíssimo textos, não pare de postar, me identifiquei com suas palavras. Visite meu blog Vestido de Lunetas

Unknown disse...

Fodaaaa!

Tammy disse...

E quantos de nós não estamos esperando apenas ir embora da velha estação? Arredios, como vermes de uma sociedade em colapso, bebemos um trago para esquecer de algo que nunca vai se perder de nós. É, me vi nessa estação. Tomando um café amargo, esperando um trem que nunca aparece. Fugindo de mim, obrigado pela visita em meu blogue. Abraços...

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Poeta que romantiza a vida por meio de versos pensos e fugazes. Em botecos de quinta, busca encontrar-se entre histórias e bebidas baratas, mulheres frívolas e olhares lascivos.

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